Um poema inventa suas próprias regras. Diante dele e ao percorrê-lo o leitor se depara com o frescor e a estranheza de uma linguagem desconhecida. Diferentemente, a língua é o território que ele conhece, mesmo quando andou em poucos dos seus caminhos. No poema, esse território se apresenta a ele alterado como se tivesse tido um outro uso. A linguagem é esse novo modo de usar que o leitor tem que aprender ali, no ato da leitura. Essa linguagem tensiona a língua. Na língua, o familiar, o conhecido; na linguagem, a surpresa. A poesia de Tarso parece identificar o inesperado da linguagem poética com as inquietações da vida contemporânea: “nada acena aonde ir, mas impede de ficar” (Lugar Algum, p. 30).
Na humilde visão “uma aula de interpretação de texto”
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